quarta-feira, 4 de junho de 2014

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Quão fundo ainda pretende essa desenfreada agonia passear pelos azedos caminhos do delírio? E até onde suportará essa ânsia moribunda e triturada de recomeços? Já queimou e virou cinzas todo volume de esperanças. É do pó, a urtiga do que virá. Poderiam muito bem sair da frente esses selvagens tapetes de cordas pesadas e acertarem outra cara. Mas atravessou rasgando fundo a carne com aquela frase. No mais áspero desejo de nao querer fazer sofrer. Mas é assim a vida. Comentou o alienado. Adeus agitação. Possível domador de fontes novas. Quão cansado ainda ficará o relógio? Dilacerante e banal como qualquer canto que se cante. Nas mãos suadas e bêbadas algumas respostas vacilantes experimentam recolocar a ordem dos pensamentos. Tem o impacto de uma descarga elétrica de alta intensidade e de longa distância. Que derruba. Que ofende. Que entristece. Adeus aquele plano. Adeus aquela ideia. Até talvez mais um domingo. Fissura desgastada pelo monótono exercício do destino. Um pássaro de asa quebrada que sabe reconhecer o sublime impulso de um voo saberá num momento importante voltar a ser valente. Em paz. Sem sofrimento. Pra outra vez. Arde na bunda o peso do coice de um animal ideal. É possível acreditar que conseguirá recobrar a razão? Jamais. Que apaguem as luzes e se faça silêncio. Esta noite preciso chorar.
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M.A
17.03.2014
Bairro Peixoto


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